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Trabalhadoras do comércio e de serviços querem políticas de valorização das mulheres

Terça, 30 de Setembro de 2014

A diretora do SEAACOM, Ivone Araújo, participou do encontro e elogiou os temas escolhidos para serem abordados (Fonte: Aline Vargas)

O auditório da Fecosul ficou lotado de comerciárias e comerciários que participaram do 6º Encontro da Secretaria da Mulher da Fecosul, no dia 25/9, em Porto Alegre. Com o tema “Mulheres nos espaços de Poder Já”, o evento ofereceu palestras ao longo do dia.


A secretária da Secretaria da Mulher da Fecosul, Silvana Maria da Silva, abriu o encontro destacando a importância da atividade para o enfrentamento da desigualdade de gênero. “Hoje vamos sair daqui com uma bagagem muito valiosa para nos ajudar na luta por uma sociedade mais igual para as mulheres”, disse a secretária.


O presidente da Fecosul, Rogério Reis, e o secretário geral, Paulo Ferreira também se pronunciaram na abertura do encontro, dando boas vindas aos participantes.


O primeiro painel “A importância de Mulheres nos Espaços de Poder” teve como palestrante a percussora do movimento feminista no RS e atual vereadora de Porto Alegre, Jussara Cony, como coordenadora da mesa a secretária de Formação da Fecosul, Almeri Finger de Castro, e a diretora do Sindicomerciários Santa Rosa, Soeli dos Santos.

Na parte da manhã, as vereadoras Jussara Cony (PCdoB/Porto Alegre) e Rosane Simon (PCdoB/Ijuí) falaram sobre a necessidade das mulheres ocuparem espaços de poder (Fonte: Marina Pinheiro)

Jussara abordou a emancipação política das mulheres. “O grau de emancipação de uma sociedade se mede pelo grau de emancipação das mulheres dessa sociedade. Uma sociedade não é emancipada e livre se as mulheres não forem emancipadas, não forem livres. Nós mulheres somos as transformadoras da sociedade”.


A vereadora também ressaltou que a luta é pela igualdade dentro das diferenças. “Nos lutamos por um mundo onde possamos viver as diferenças da igualdade. Somos diferentes sim, mas ser diferentes não significa ser inferior. Queremos a valorização do que nós significamos para a sociedade”.


Jussara ainda falou sobre a reforma política e disse que lugar da mulher é em todo lugar, mas principalmente dentro da política. “Queremos uma reforma política que contemple o atendimento das reivindicações das mulheres, que enfrente o racismo, que supere os desafios do controle social, das políticas públicas, da juventude e que enfrente o capitalismo e patriarcado”, apontou.   


A vereadora de Porto Alegre finalizou a palestra falando sobre qual deve ser a representatividade da mulher nos espaços de poder. “Não basta ser mulher tem que ter lado, tem que ter história, tem que ter radical compromisso com avanço da emancipação e não com retrocesso”, finalizou Jussara.


A vice-presidente da Fecosul e presidente do Sindicomerciários Ijuí, Rosane Simon, foi a segunda palestrante do painel. Rosane também deu destaque para o comprometimento das mulheres. “Não basta ser mulher tem que ter comprometimento com a nossa causa para podermos conquistar igualdade de gênero, promoção profissional, salário igual para trabalho igual, abono de dias para levar os filhos ao médico, entre outras questões. Precisamos lutar para ter muito mais no nível de representação não só mulheres, mas homens de luta que pensem como nós”, disse Rosane.


À tarde, o assunto foi assédio moral e sexual nos locais de trabalho (Fonte: Marina Pinheiro)


Na parte da tarde, as participantes do encontro fizeram parte da atividade “Um novo olhar sobre o ser”, promovida pelo grupo Práticas Vivenciais e Expressivas. A atividade teve como objetivo o relaxamento e a reflexão.


Após, foi a vez de dar início ao painel “Assédio moral e sexual no local trabalho”, como painelista a juíza aposentada do trabalho, Antônia Mara Vieira Loguércio, que fez uma explanação detalhada sobre o assunto. As coordenadoras da mesa foram a secretária da Secretaria da Mulher da Fecosul, Silvana Maria da Silva, e a presidente do Sindicomerciários Alegrete, Elaine Fagundes.


A juíza esclareceu o que caracteriza o assédio moral e sexual. “O assédio moral como todo o comportamento abusivo (gesto, palavra e atitude) que ameaça, por sua repetição, a integridade física ou psíquica de uma pessoa. Alguns elementos que constituem o assédio moral são comportamento abusivo o que pressupõe estruturas hierárquicas e autoritárias de poder; e repetição desse comportamento por um determinado período, ainda que seja alterada a forma como ele se expressa. O abuso expresso pode ser através de palavras, na próxima vez por gestos ou por atitudes. No caso do assédio sexual, porém, conforme a gravidade do fato basta que o comportamento abusivo seja expresso apenas uma vez”.  


Antônia Mara falou sobre como as mulheres devem proceder ao se deparar com uma situação de assédio. “Anotar com detalhes as humilhações sofridas; dar visibilidade, procurando ajuda dos colegas; organizar o apoio dentro e fora da empresa; evitar conversar com o agressor, sem testemunhas; exigir, por escrito, explicações do ato do agressor e permanecer com cópia; procurar o Sindicato e outras instâncias (médicos, psicólogos etc.); recorrer ao Centro de Referência em Saúde dos Trabalhadores (Cerests) e contar o fato; buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para a recuperação da autoestima, da dignidade, da identidade e cidadania”, alertou.


Estatísticas mostradas pela juíza apontam que as mulheres negras são as que mais sofrem assédio moral e sexual. A painelista falou ainda sobre diversos casos de assédio como por exemplo uma rede de supermercados que exigia que os operadores do caixa usassem fraldas para não “perderem tempo” indo ao banheiro.


No encerramento do encontro foi apresentada e aprovada, por unanimidade, a Carta das Mulheres Trabalhadoras no Comércio e Serviços do RS do plano da FECOSUL, com sugestões de plataformas políticas para serem implantadas nas políticas públicas de governo, que serão encaminhadas aos poderes executivos e legislativos dos municípios do Estado. 


Comerciárias aprovaram por unanimidade carta com plataformas de políticas públicas (Fonte: Marina Pinheiro)


A secretária da Secretaria da Mulher da Fecosul, Silvana Maria da Silva, destacou a importância da Carta das Mulheres Trabalhadoras no Comércio e Serviços do plano da Fecosul. “A carta reflete a necessidade de implantação de políticas públicas que venham ampliar os direitos das mulheres. Mais para atingir nossos objetivos temos que eleger homens e mulheres comprometidos com a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras e pela igualdade de gênero”, ressaltou.


Silvana falou da importância do encontro. “Avançamos na caminhada pela igualdade de gênero, quando realizamos eventos como este com participação de homens e mulheres, debatendo assuntos e situações do cotidiano dos trabalhadores e das trabalhadoras, principalmente nos locais de trabalho. Foi satisfatório ver a participação de representantes de vários sindicatos, que sem dúvida saíram deste encontro com muito mais informações e condições de tocar a luta por mais mulheres nos espaços de poder e decisão. E também com informações importantes para o combate ao assédio moral e sexual no local de trabalho”, finalizou a secretária.


Fonte: Assessoria de Comunicação Fecosul

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