Papel dos Sindicatos e do dirigente Sindical hoje
Quarta, 20 de Janeiro de 2016 - Gabriel Baumgarten
Papel dos Sindicatos e do dirigente
Sindical hoje
Principalmente
nesta última década acompanhamos uma desconstrução do movimento sindical no
Brasil. Isso deve a uma série de fatores que conspiraram de forma avassaladora
colocando na descrença a organização dos trabalhadores e enaltecendo as
práticas liberais e individualistas. Isso tudo somado a um país passando por
uma crise econômica e de emprego, grave crise social da saúde e educação e um
colapso institucional com corrupção em diversos setores do governo e também
sindicatos que faz com que a população e especialmente o trabalhador deixe de
acreditar nas formas de organização necessárias para mudar a sua realidade como
os sindicatos e a própria política. Sabemos que este não é o caminho pois só
com a participação do trabalhador em suas entidades de classe e elegendo
legítimos representantes da classe para a política e que poderemos transformar
nossa realidade. Mas como fazer isso? Como mudar essa situação? Esse é o grande desafio do movimento sindical
e dos trabalhadores hoje.
O
grande papel do dirigente sindical será de ser o agente transformador desta
situação, um grande formador de opinião que fomentará na base dos trabalhadores
as discussões e debates para formação de opinião crítica. sabemos que as
atribuições diárias e organizacionais dos sindicatos rotineiras tornam difícil
esta interação, mas também sabemos que não podemos nos afastar dos nossos
objetivos e principalmente dos nossos princípios e compromisso com a classe. O
trabalhador também deve compreender esta situação e buscar o sindicato para
aprofundar seu conhecimento e interagir nos debates contribuindo com o seu
conhecimento específico do dia a dia da categoria para que o debate seja
produtivo e bem encaminhado. Só desta forma com a participação de todos que
poderemos evoluir e transformar a realidade, o despertar da consciência de
classe é fundamental neste processo que deve ser continuo e permanente e não só
por ocasião da discussão das convenções coletivas e salários como acontece
atualmente.
Temos
um grande desafio pela frente, os inimigos são muitos, a grande mídia marginaliza
o movimento sindical e a política, as relações de trabalho sendo precarizadas
enfraquecem a organização sindical, o Ministério Público do Trabalho fiscaliza
de forma perversa afetando as formas de organização e retirando os recursos dos
sindicatos, as empresas realizam praticas anti-sindicais afastando o
trabalhador das suas entidades representativas.
É
importante que cada vez mais percebamos que temos que buscar união e integração
das categorias e não o isolamento individual que só colabora com o capital
opressor que cada vez mais tira do trabalhador para dar mais lucro aos patrões.
Devemos
acreditar num futuro melhor e mudanças na situação atual, situação que é muito desfavorável. É muito
difícil de ter algum tipo de solução a curto prazo, ainda mais tendo em vista
que temos um congresso que é o mais
conservador desde 1964 e totalmente financiado e apoiado pelo empresariado e o
capital financeiro. Nesta conjuntura já é uma vitória conseguir manter os
direitos conquistados e não perdê-los. Mas como todo o movimento de
trabalhadores cresce e se desenvolve na adversidade, talvez estejamos vivendo
uma transição um despertar para que dentro de algum tempo possamos renascer com
uma estrutura mais moderna dinâmica e representativa que possa fazer frente as
ofensivas do capital e ter um caráter transformador para que no futuro possamos
ter uma sociedade mais justa e com valorização do trabalho para quem realmente
produz a riqueza do país.
Gabriel Baumgarten