A grande tarefa hoje do movimento sindical é lutar por um Brasil desenvolvido, com valorização do trabalho, distribuição de renda, com democracia, soberania nacional, com integração solidária latino-americana e caribenha. Essa é a grande bandeira que defendemos.
Para que o desenvolvimento contemple os interesses dos trabalhadores, é fundamental a existência de sindicatos fortes. Sindicato fraco não serve para nada, é um joguete na mão do Estado e dos patrões.
A defesa da democracia e do desenvolvimento com qualidade superior tem um pressuposto básico que é o sindicato forte. E sindicato forte precisa de unidade na organização e sustentação material. Sindicato forte não é só na garganta, só na retórica. Precisa ser uma máquina forte, para enfrentar a força do capital e a força do Estado em permanente disputa em uma sociedade dividida em classes.
Por isso consideramos oportuna, legítima e atual a campanha da CTB em defesa da unicidade e da contribuição sindical. Não temos medo de defender essas questões com vigor, pois na nossa compreensão, essa campanha defesas unifica a maioria do movimento sindical brasileiro e a maioria das forças e instituições que têm compromisso com os legítimos interesses dos trabalhadores.
Não estamos negando a existência de problemas, distorções e imperfeições na organização sindical brasileira. São questões que precisam ser aprimoradas e desenvolvidas para que o movimento sindical seja depurado de práticas malsãs e de um conjunto muito grande de problemas.
Há uma contradição que precisa ser superada: o movimento sindical brasileiro representa o conjunto da categoria e não apenas os sindicalizados. Ocorre que, por exemplo, lei que legalizou as centrais sindicais do Brasil adota como critério de aferição da representatividade o número de trabalhadores sindicalizados e não o conjunto de trabalhadores que cada central sindical representa. Esse critério pode ser uma porta para o pluralismo, uma tentativa de transformar o sindicato e as centrais em representantes únicos e exclusivos dos sindicalizados e não do conjunto da categoria.
A defesa da unicidade, da contribuição sindical, de sindicatos fortes representativos de toda a categoria é fundamental para os trabalhadores, principalmente nessa conjuntura de crise que o capitalismo vive.
No Brasil do governo Dilma, apesar das mudanças positivas na política macroeconômica, já sente o contágio da crise internacional. Em 2011 o PIB cresceu apenas 2,7%. No primeiro trimestre deste ano, o IBGE informa que a economia brasileira avançou 0,2%. Com isso, acende o sinal de alerta.
Há um ditado que diz: “Quando a economia vai bem, os trabalhadores são os últimos a ganhar e quando a economia vai mal eles são os primeiros a perder”. Essa é a lei do capitalismo. Por isso, é importante a nossa luta pelo desenvolvimento e para enfrentar a crise.
Por último, destacamos a ideia de que a Agenda da Classe Trabalhadora, aprovada na Conclat de 2010, no Pacaembu, em São Paulo, é a ferramenta básica que deve orientar a ação do sindicalismo brasileiro. Consideramos equivocada a posição de algumas correntes do sindicalismo que priorizam, hoje, questões organizativas do sindicato, principalmente a adoção do pluralismo, do fim da contribuição sindical, etc.